terça-feira, 23 de julho de 2013

Riscos de Engravidar Depois dos 40

O ideal é que a mulher tenha filhos entre 20 e 40 anos. Nesse período em geral seu corpo está maduro e saudável o bastante para fornecer tudo de que o feto precisa para se desenvolver bem e nascer sem problemas. Nas últimas décadas, porém, muitas mulheres têm priorizado a carreira profissional e deixado o exercício da maternidade para mais tarde. Assim, engravidam depois dos 40 anos, o que é chamado de "gravidez tardia". As gravidezes tardias podem ser problemáticas. A razão é esta: a mulher já nasce com todos os seus folículos ovarianos, estruturas que formam os óvulos. Os primeiros folículos se tornam óvulos no início da puberdade, por volta dos 12 a 13 anos. O fenômeno ocorre mensalmente e cessa apenas quando a mulher atinge os 50 anos e entra na menopausa. Só que, a partir dos 40 anos, em conseqüência do envelhecimento, aos poucos os folículos perdem qualidade. Fica mais difícil as mulheres engravidarem. As que o conseguem, ainda têm de lutar para que seu organismo não aborte o feto e ele possa crescer e nascer saudável. Os espermatozóides colaboram para isso. Também eles envelhecem e perdem qualidade. Nessa situação, existe ainda perigo de o feto sofrer malformações. As estatísticas mostram que o risco de uma mulher de 20 a 40 anos ter um filho com malformações é de 1 para cada grupo de 5 000 gestações. A partir dos 40 anos, tal risco passa a 1 para cada grupo de 100 gravidezes. Claro que isso vale apenas para os casos de primeira gestação. Se a mulher já teve outros filhos antes, o perigo diminui. As causas são males comuns na população feminina no período, em especial miomas, diabetes gestacional, pressão alta e alterações cromossômicas. Ï Miomas. São tumores benignos que se formam no útero sobretudo de mulheres em fase reprodutiva. De 30% a 60% delas têm sintomas - dor, aumento do fluxo menstrual e do volume abdominal -, mas a incidência com certeza é muito maior. Podem causar infertilidade, dificuldade para engravidar, abortos e nascimentos prematuros. Ï Diabetes gestacional. Caracteriza-se pela elevação dos níveis de açúcar no sangue devido a uma resistência orgânica à ação da insulina. Atinge 2% das grávidas, em especial obesas e as que têm histórico da doença na família. Costuma aparecer entre o sexto e o sétimo mês. O feto tende a crescer de maneira exagerada. As conseqüências são: dificuldade de parto e risco para a saúde da criança, o que muitas vezes obriga à cesariana. Ï Pressão alta. A forma crônica em geral já existia e era ignorada. Mas, após a vigésima semana, pode surgir um tipo específico de grávidas. É uma das principais causas de morte materna no planeta, além de aumentar os riscos para o bebê. Para a gestante, há o perigo de ruptura das artérias e hemorragias em órgãos como cérebro. Provoca diminuição do fluxo de sangue oxigenado na placenta, aumentando a possibilidade de nascimento prematuro. Já os problemas cromossômicos causam abortos e malformações fetais. A mais temida é a síndrome de Down, que se caracteriza pela presença de um cromossomo a mais no par 21. Leva a retardo mental. Aos 20 anos, uma em cada 1 500 gestantes pode ter um filho com a síndrome; aos 40 anos, uma em cada 250. O ideal é prevenir-se. Mulheres com 40 anos que queiram tem um filho devem, antes, ir ao médico. É possível fazer exames que avaliam os riscos da empreitada. Os folículos ovarianos, por exemplo, podem ser avaliados por exame de sangue. Também a qualidade dos espermatozóides do parceiro pode ser examinada. De acordo com os resultados, o médico pode contra-indicar a gravidez. Caso os exames não dêem nada e a mulher possa engravidar, é fundamental que faça um pré-natal cuidadoso. A síndrome de Down, finalmente, é detectável, por exemplo, com amniocentese. Consiste na retirada e análise do líquido amniótico. Deve ser feita a partir da décima quarta semana de gravidez. Mas, caso o mal seja detectado, não se pode fazer nada: nossas leis não permitem o aborto.

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